Saúde – Ambiente gestacional e risco futuro de obesidade e diabetes

Endocrinologista alerta para risco de saúde da gestante e do bebê

O período da gestação e primeiros dois anos de vida da criança podem ser críticos em muitos aspectos, pela influência de comportamentos e fatores maternos na saúde futura dos bebês. “Mesmo antes de engravidar a mulher já deve cuidar de sua saúde, buscando atingir um peso adequado, caso esteja com sobrepeso ou obesidade. Alguns hábitos maternos tendem a aumentar as chances de o bebê se tornar uma criança obesa”, explica a endocrinologista Dra. Patrícia Peixoto, Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Abeso Endocrine Society.

A médica apresenta três fatores de risco na gravidez que levam ao aumento de peso dos crianças já na infância e também na fase adulta:
1. Tipo de parto;
2. Diabetes gestacional;
3. Sobrepeso ao engravidar.

“A via de parto interfere na microbiota intestinal do bebê (grupo de bactérias que mora em nossos intestinos). Os que nascem de parto normal tendem a ter bactérias mais favoráveis, enquanto os nascidos de cesariana apresentam uma microbiota que favorece o aumento de peso corporal. Uma criança nascida de parto cirúrgico tem 15% a mais de chance de se tornar obesa em relação às que nasceram de parto via vaginal”, alerta a endocrinologista.

Uma grande quantidade de gordura ingeridas durante a gestação também pode ser prejudicial.  “Isso pode interferir na formação de uma boa microbiota no intestino do bebê, o que, consequentemente, afeta o sistema imune e o ganho de peso da criança”, destaca Dra Patrícia .

O diabetes gestacional, por conta de fatores alterados no ambiente intrauterino, tende a aumentar em mais de 50% o risco de obesidade quando a criança alcança a fase dos 9 aos 11 anos.

“Mulheres com sobrepeso ao engravidar, assim como as que ganham mais peso do que o indicado durante a gestação também transmitem ao bebê um risco aumentado de diabetes e obesidade. Por outro lado, o ganho de peso abaixo do indicado também é capaz de colocar o bebê em risco futuro de hipertensão arterial e diabetes”, explica Dra. Patrícia Peixoto.

A médica alerta que já antes da gestação e durante o pré natal é fundamental que a mulher passe por uma avaliação e acompanhamento endócrinometabolico e nutricional para que se crie um ambiente adequado ao bebê para um desenvolvimento saudável.

Entrevistada:  Dra. Patrícia Peixoto, Endocrinologista,   Membro efetivo da SBEM (sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia), da Abeso (Associação brasileira para estudos da obesidade) e da Endocrine Society.

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