Descolamento de placenta: entenda o que é e quais são os riscos

Recentemente, Eliana comunicou que está de repouso absoluto por causa do problema.

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Na última segunda-feira, 22, a apresentadora Eliana, que está grávida de cinco meses do segundo filho, contou que teve descolamento de placenta. “Por conta de um desses acontecimentos que não podemos controlar, apenas aceitar, estou em repouso por ordens médicas. Farei de tudo para que ela cresça e se desenvolva da melhor maneira possível aqui dentro. Preciso salvar minha filha de um parto muito prematuro”, escreveu a artista.

Para esclarecer as dúvidas das futuras mães sobre a questão, conversamos com Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo, e com Elvio Floresti Junior, ginecologista e obstetra especializado em histerectomia vaginal. Confira:

1. O que é o descolamento de placenta?

A placenta é responsável por oferecer nutrientes e oxigênio para o bebê durante os nove meses. Quando ela se desgruda da parede do útero, dizemos que houve um descolamento, que pode se dar de duas maneiras. “No início da gestação, é comum o descolamento ovular, que pode causar sangramentos“, explica Floresti Junior. Isso ocorre quando o sangue se concentra entre o útero e o saco gestacional, formando um hematoma. Neste caso, o diagnóstico costuma ser feito por meio de um exame de ultrassom. Geralmente, o problema é detectado logo no primeiro trimestre e a recomendação dos médicos é que a grávida faça repouso e tome as medicações necessárias. Na maioria das vezes, tudo volta ao normal depois de um tempo e a chance de abortamento é pequena.

Já o que ocorre próximo ao final da gravidez é chamado de descolamento prematuro da placenta, que é mais grave e pode apresentar maior risco de óbito para o bebê e de perda do útero materno. “Ele pode estar relacionado ao uso de cigarro e de drogas (como a cocaína e a maconha), à idade da mãe, à pressão alta durante a gravidez e a alguns traumas, como os acidentes de carro”, acrescenta o obstetra Luiz Fernando.

2. Quais riscos o problema oferece para a mãe e o bebê?

Cada caso é um e as consequências dependem de qual área foi descolada. “Se é pequena, a gente prescreve hormônio e repouso absoluto na cama para não ter movimentação. Mas se é um pouco maior, o repouso pode não ser domiciliar e, sim, no hospital, porque o risco de parto prematuro é imediato”, observa Leite. Outro fator que deve ser levado em consideração é o período da gravidez em que a mãe está: no começo ou na reta final. “A placenta vai nutrir o bebê. É como se fosse uma esponja, fixada no útero, que pega todos os nutrientes da mãe e passa para a criança. Qualquer coisa que faça com que ela se descole, diminui o aporte sanguíneo, o oxigênio e compromete a parte nutricional do bebê”, destaca Floresti.

3. Em todos os casos de descolamento há sangramentos? Quais são os outros sinais?

O sangramento é, sim, o sintoma mais comum do problema, mas não é em todas as situações que ele aparece. “O descolamento ovular provoca uma dor leve e, normalmente, ele é detectado no ultrassom. Já o DPP (descolamento prematuro da placenta) traz muita dor! Além disso, o útero contrai e fica duro”, acrescenta Luiz Fernando. O desconforto que as gestantes podem sentir se assemelha ao de uma cólica, que ainda pode estar associada a um incômodo nas costas e na barriga. Mas vale ressaltar que tudo depende da extensão e da gravidade do descolamento.

4. O descolamento de placenta interfere no tipo de parto que a mulher vai ter?

Depende. No descolamento prematuro da placenta, os médicos optam pela cesárea para proteger a mãe e o bebê. Mas no caso do descolamento ovular, os obstetras avaliam, pois se a situação regredir, a mãe pode, sim, vir a ter um parto normal. “O descolamento no início geralmente não afeta o final da gestação. Mas quando ele ocorre no final da gravidez é recomendada a cesárea”, afirma Elvio Floresti.

5. Uma mãe que sofreu um descolamento de placenta pode ter o problema novamente na segunda gestação?

Sim. “É mais comum, estatisticamente aumenta a frequência. Se a mulher tiver feito cirurgia de útero, retirado um mioma na região ou tiver pressão alta também aumentam as chances”, reforça Leite.

Fonte: http://bebe.abril.com.br 

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