Síndrome da Transfusão Feto-Fetal atinge 15% dos gêmeos que dividem a mesma placenta

Obstetra  orienta para os cuidados e tratamentos dessa complicação

Existem algumas complicações que ocorrem especificamente quando a mulher está grávida de gêmeos, e é por conta disso que a atenção deve ser redobrada nessas gestações. Um exemplo é a Síndrome da Transfusão Feto-Fetal, que atinge 15% dos gêmeos da mesma placenta, os chamados monocoriônicos. Segundo Dr. Renato Sá, obstetra e Coordenador Geral do Centro de Diagnóstico da Perinatal, isso acontece porque um dos fetos passa a doar sangue para o outro, podendo entrar em sofrimento fetal (grave asfixia) por causa da anemia. “O feto receptor também é prejudicado, pois ele recebe sangue em excesso sobrecarregando o coração”, explica Dr. Renato. Vale ressaltar, que a síndrome é uma patologia da placenta, não dos bebês.

É fundamental que as futuras mamães façam o pré-natal em qualquer tipo de gestação. Nas gemelares monocoriônicas as consultas ao obstetra são indispensáveis e devem ser realizadas com maior frequência que as demais. De acordo com Dr. Renato, todos os gêmeos que dividem a mesma placenta precisam ser acompanhados por ultrassom a cada 15 dias a partir da 16ª semana. O diagnóstico é feito através deste exame. “A síndrome está caracterizada quando se observa um grande aumento no volume do líquido amniótico em um dos fetos (o receptor), e a diminuição acentuada no outro (o doador)”, conta o obstetra.

A ausência do pré-natal e, consequentemente, do tratamento adequado pode ser fatal para ambos os bebês. Por isso, quanto mais cedo for dado o diagnóstico, maiores são as chances de sobrevivência. “A Perinatal é um dos poucos centros na América Latina que está capacitada para realizar procedimento padrão, isto é, o uso de laser, por via endoscópica, para coagular os vasos sanguíneos da placenta.”, diz Dr. Renato. O obstetra explica que depois de passar pela intervenção, a gestante precisará comparecer semanalmente ao consultório para realização de ultrassonografias e avaliações do volume do líquido amniótico. “Tratando a complicação, as chances de sobrevida dos fetos aumentam em 70%. O importante é realizar todos os exames durante a gestação, e caso seja detectado algo, tratar o quanto antes. Sempre seguindo a orientação de um especialista”, recomenda. 

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