Termômetros de mercúrio serão proibidos; pais adotam os digitais

Médicos avaliam a eficácia desses aparelhos e apontam quais são os mais indicados

Para muitos pais, será uma mudança cultural grande. O tradicional termômetro de mercúrio — até bem pouco tempo presente em toda casa brasileira — não poderá mais ser fabricado ou vendido no país a partir de 1º de janeiro de 2019. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ano passado como resultado da convenção de Minamata, em que 140 países fixaram acordos para diminuir no dia a dia o uso do mercúrio, uma substância tóxica.

A alternativa, então, são os termômetros digitais, mais seguros que os analógicos. Dependendo, no entanto, de três aspectos essenciais: bateria, qualidade do aparelho e o modo como se usa.

Os termômetros digitais costumam ter boa precisão, mas só se estiverem com a pilha ou a bateria em dia. Quanto à qualidade do aparelho, a Anvisa lembra que, antes de comprar, é preciso verificar se o termômetro tem o selo de aprovação do Inmetro. E há algumas regras para o uso.

São basicamente cinco os tipos de termômetros existentes: o digital comum, que pode ser usado na axila ou no ânus e é o que mais lembra o termômetro tradicional; o de infravermelho, usado na testa; o de ouvido; o de chupeta; e o de fita, que geralmente se cola na testa.

Os mais recomendados por médicos são os dois primeiros, considerados eficazes.

Alguns médicos não indicam o termômetro de ouvido porque a temperatura pode variar muito se a criança tiver cera ou se o ambiente estiver frio ou quente demais. Já os de chupeta e fita não têm estudos comprovando a eficácia. O melhor é o de infravermelho, mas é também o mais caro. O digital comum também tem boa precisão e é mais acessível.

O de infravermelho é importado, por isso costuma custar no mínimo R$ 300. Para utilizá-lo bem, deve-se ler na caixa do produto se o fabricante pede que o aparelho seja encostado na testa ou se deve ser usado a uma distância de 5 cm da pele. A temperatura aparece de forma quase instantânea no visor.

Já o digital comum custa entre R$ 15 e R$ 20 e deve ser usado debaixo da axila ou ter sua ponta cuidadosamente colocada no ânus. Este último modo de uso é especialmente recomendado para bebês.

Temos uma cultura no país de usar a temperatura axilar, mas a maioria dos estudos internacionais são feitos baseando-se na temperatura do ânus, menos sujeita a variações do ambiente.

64 marcas com cadastro

Com a decisão da Anvisa, todos os registros de aparelhos que utilizam mercúrio — incluindo medidores de pressão — serão cancelados a partir de janeiro. De acordo com um levantamento de setembro de 2018, apenas três termômetros com coluna de mercúrio têm cadastro vigente na Anvisa, enquanto foram identificados 64 cadastros vigentes de termômetros digitais.

Diferentes tipos

Digital comum: Colocar a ponta do aparelho na axila ou no ânus; esperar até ouvir um sinal e checar a temperatura; limpar com álcool.

Infravermelho: É o mais preciso. Colocar em contato com a pele, logo acima da sobrancelha, ou a uma distância de até 5 cm da testa.

Ouvido: Deve-se colocar a ponta no interior do ouvido e apontá-la em direção ao nariz. Muito influenciável pela temperatura do ambiente e pela cera de ouvido.

Chupeta: Os modelos disponíveis são importados e não há estudos que comprovem eficácia.

De fita: Deve ser colada na testa por 30 segundos. Não há estudos que comprovem sua eficácia.

Fonte: O Globo

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