Especialista alerta para as complicações que a disfunção do hormônio tireoidiano pode causar em gestantes
Em 25 de Maio, foi instituído o Dia Mundial da Tireoide. Esta glândula produz hormônios fundamentais para o organismo, relacionados ao crescimento, ao metabolismo, à função de vários órgãos e à fertilidade. A tireoide pode apresentar distúrbios na sua função e/ou na sua forma e tamanho. As disfunções da tireoide ocorrem quando existe uma produção hormonal em excesso, no hipertireoidismo; ou deficiente, no hipotireoidismo. Ambas as situações são prejudiciais ao organismo.
De acordo com dados do IBGE, 15% dos brasileiros sofrem com disfunção na tireoide. Dentro desta porcentagem, um grupo que requer bastante atenção é o das gestantes. Uma vez que a gestação é um teste de stress para tireoide que precisa produzir 50% mais hormônios. E as consequências de falha nesta produção hormonal são potencialmente graves tanto para mãe como para o bebê, “Infertilidade, descolamento placentário, parto prematuro, baixo peso ao nascer, aborto, perda gestacional, doença hipertensiva especifica da gestação, hemorragias pós-parto e redução do QI fetal são as potências consequências das disfunções da tireoide não tratadas na gestante”, explica a dra. Maíra Pontual Brandão da Unidade Integrada de Doenças Endocrinológicas do Hospital e Maternidade Santa Joana.
O diagnóstico da doença é feito por meio de exame físico, de sangue e ultrassom. Os sinais de alerta são cansaço excessivo, sonolência, frio excessivo, constipação e facilidade de ganho de peso no caso do hipotireoidismo. Já insônia, agitação, sudorese, emagrecimento, palpitação são indícios de hipertireoidismo. Porém muitos pacientes, principalmente aqueles com alterações mais leves podem não ter sintomas. “Mesmo sem sintomas a mulher pode ter uma doença na tireoide. É importante a avaliação desta glândula antes mesmo de tentar engravidar, uma vez que a disfunção desta pode dificultar a gravidez e provocar abortamento já no início da gestação. Na primeira consulta pré-natal também deve se ter o cuidado com a tireoide tanto para as gestantes com doença já identificada, como para aquelas sem diagnóstico,” alerta a especialista.
O dr. Erivelto Volpi, Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Serviço de Cirurgia da Tireoide do Hospital e Maternidade Santa Joana explica que nódulos no pescoço devem também sempre ser pesquisados, pois existe a possibilidade de estarem na tireoide e nem sempre são perceptíveis na palpação. “Embora mais de 90% dos nódulos de tireoide sejam benignos, a possibilidade de um maligno deve sempre ser descartada”, ressalta. Há casos também de aumento do volume destes nódulos causando sintomas compressivos como tosse, falta de ar e rouquidão.
Quando os nódulos são malignos toda a tiroide deve ser retirada e em alguns casos o paciente deve completar o tratamento com iodo radioativo. Se o nódulo é benigno, o seguimento é feito com ultrassom.
O tratamento de hipotireoidismo é feito pela suplementação dos hormônios da tiroide e já no caso do hipertireoidismo pelo uso de medicamentos para bloquear a produção destes hormônios. “Outros tratamentos como o iodo radioativo, que destrói algumas células da glândula, reduzindo seu trabalho, não podem ser usados durante a gestação”, conta o cirurgião.
O acompanhamento das gestantes com hiper ou hipotireoidismo deve ser rigoroso, com exames mensais para avaliar a função da tireoide. “O mais importante é a mãe estar atenta ao pré-natal, onde doenças como essa podem ser identificadas com antecedência e facilmente tratadas”, afirma a dra. Maira.
Mais informações sobre a instituição podem ser obtidas em http://www.santajoana.com.br/