Dicas de estimulação para evitar o atraso de linguagem
É comum nos consultórios fonoaudiológicos, casos de crianças que demoram para aprender a falar ou, que falam pouco para a idade, o chamado atraso de linguagem. A aquisição da linguagem ocorre de forma gradual e, na maioria dos casos após diversas avaliações, como audiológicas e neurológicas, conclui-se que há a falta de estimulação desta criança.
Para a adequada estimulação da linguagem é preciso interagir e brincar com a criança. O melhor jogo, a boneca mais linda, de nada adiantará se simplesmente entregarmos para a criança e a deixarmos brincando sozinha ou, se formos somente coadjuvantes na brincadeira, entregando as pecinhas ou perguntando as cores das mesma
Ao entrarmos na brincadeira da criança passamos a ser modelo e recrutadores de sua fala, pois no lúdico ensinaremos o “por favor”, o “obrigado”, o “que gostoso” e tantas outras expressões simples na brincadeira da comidinha com as bonecas, por exemplo. Então, se a criança te oferece um pratinho, você diz “obrigada” e em uma ação semelhante, oferece outro prato a ela e aguarda que ela tente emitir algo parecido. Se emitir, reforce de forma positiva e dê a resposta à fala dela (“de nada!”).
Se você deu o modelo e ela não correspondeu, tudo bem! Isso nos diz que em uma próxima atividade podemos tentar novamente a mesma expressão, porém com estratégias (brinquedos) diferentes. Não é necessário, nem saudável, ficar pedindo a ela que repita o que acabamos de dizer (“Obrigada” … filha, fale “obrigada”)! Isso só gerará uma situação de estresse para adulto e criança.
Outro momento rico para a estimulação é a rotina diária da criança. Na hora do banho, podemos ser o modelo e ensinar as partes do corpo, nomeando onde estamos ensaboando. Na hora da refeição, ensinamos os nomes dos alimentos, “quente”, “frio”, “gostoso”, e tantas outras palavras.
Vale lembrar algumas dicas:
– Ao falar com a criança, mantenha sempre o contato de olhos, se precisar, abaixe à altura dela, pois assim ela além de ouvir o que lhe é dito, também vê a movimentação de lábios e língua de cada fonema (sons das letras) e tem a pista da sua expressão facial.
– Fale sempre corretamente com a criança, afinal, somos o modelo! Então, nada de calçar o “papato” ou pentear o “bebelo”.
– Respeite o nível da criança, buscando conversar com ela de assuntos de seu conhecimento ou que ela já tenha tido algum tipo de vivência.
Fonte: www.almanaquedospais.com.br