A maioria das mulheres acredita que são as maiores responsáveis pela criação dos filhos e ofuscam o trabalho dos pais
Ainda que um filho seja responsabilidade de ambos os pais, pela capacidade atribuída à mulher de gerar um bebê, a sociedade acaba passando todas as dúvidas e preocupações para a mãe e deixam com o que o pai fique em segundo plano. Esses pais adquirem características diferentes quando o assunto é a criação dos filhos. A psicóloga Carla Ribeiro diz, na maioria das vezes, a própria mãe acaba fazendo com que o papel do pai seja menos visto, pois o feto está em desenvolvimento dentro do seu corpo. “E isso não é verdade”.
Segundo a especialista, esse comportamento da mulher é prejudicial à relação com o pai da criança e, principalmente, ao bebê. “Alguns pais veem a necessidade de responder prontamente as questões referentes ao bebê juntamente com a mãe, mas a maioria acredita que a mãe é o personagem mais importante. A mulher já pode até nascer com o instinto materno, mas o pai também pensa muito sobre as necessidades que a criança terá em relação ao seu papel de pai e os homens modernos querem desenvolvê-lo”, explica.
O homem que tem o interesse de cuidar do bebê juntamente com a mãe desenvolve inúmeras habilidades. É nesse contato que ele tem a chance de aprender a cuidar da criança de maneira responsável, com delicadeza e sutileza, já que se trata de um ser tão pequeno e frágil. “A relação do bebê com o pai ensina muitas coisas também, na convivência, a ter paciência, tolerância, pois o bebê chora de madrugada, sente cólica, adoece, ou seja, precisa da dedicação integral dos pais durante 24 horas do dia”, aponta a psicóloga.
Ter uma relação saudável com o pai também previne que a criança não desenvolva e cresça com diversos complexos por ser muito dependente da mãe. “A criança cresce aprendendo que a figura masculina e feminina tem uma diferença considerável. A figura da mulher, como a da mãe, principalmente, é vista como o ser que oferece o corpo para o desenvolvimento e o alimento para o crescimento da criança. A amamentação natural possibilita apenas à mulher esse contato com o filho, que também pode acontecer com o pai, ao amamentar com a mamadeira, ou participar juntamente com a mãe nesses momentos de amamentação, pegando na mão da criança, fazendo carinho e pelo toque, por exemplo, a criança percebe que existe uma terceira pessoa. O pai também deve fazer atividades com o bebê para que a criança perceba que essa necessidade e dependência que tem com a mãe, acaba com o tempo. Isso irá moldar um adulto independente, seguro de si e forte emocionalmente”, explica a psicóloga.
Carla conclui dizendo que é preciso permitir a entrada desse pai na vida do bebê e na relação com ele. “A mulher tem a ideia errônea de que ela sabe fazer tudo melhor, o que gera nela um estresse, cansaço e esgotamento maiores e que acabam passando para o casamento e para o bebê também. O pai tem a mesma preocupação que a mãe. “Infelizmente não é um movimento de todos, pois os próprios pais se deixam inibir pelo pensamento imposto de que “a mulher faz melhor”, mas não tem quem faz melhor e, sim, quem quer fazer”, afirma a profissional.
*Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br