Entenda por que esse período é tão fundamental para os dois
No Brasil, a licença-maternidade foi introduzido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. Na época, a mulher tinha direito a quatro semanas antes e oito depois do parto. Com a Constituição Federal de 1988, a licença foi ratificada como direito social e passou a ter duração de 120 dias. Atualmente, órgãos públicos e algumas empresas particulares concedem seis meses de afastamento. “Apesar de ser um direito, ainda há muita pressão para que as mulheres retornem logo a seus postos de serviço sob pena de perderem seus empregos”, avalia Rosane Silva, secretaria nacional da mulher trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ideal mesmo é que todos respeitassem, pelo menos, o tempo mínimo de licença-maternidade, já que inúmeros estudos comprovam a importância da amamentação. “Além de o leite materno possuir todos os nutrientes importante para o desenvolvimento do bebê, ele tem menos riscos de infecção em geral, doenças respiratórias e também auxilia na digestão da criança”, certifica o Felipe Lora, pediatra do Hospital Infantil Sabará. O médico acrescenta os benefícios para o bebê de ter uma mãe disponível durante a licença-maternidade. “Trata-se de uma mulher mais atenta ao desenvolvimento do filho e isso fica evidente nas consultas pediátricas.”
Ainda vale ressaltar que o pós-parto é reconhecido por especialistas como o período de maior vulnerabilidade na vida da mulher para o aparecimento de transtornos psiquiátricos. Como a saúde da mãe é essencial para o bem-estar do :bebê, é fundamental que ela tenha toda a assistência da qual necessita durante esse tempo. “É importante ter disponibilidade física e emocional para atender às necessidades do recém-nascido”, explica a psicóloga Maria Cecília Schettino. “O contato com a mãe estimula as conexões neurais no cérebro do bebê, que faz com que o bebê se sinta seguro, acolhido e amado, condições para que uma inteligência emocional que trará consequências positivas por toda sua vida, em todas as relações.”
Por Cristiane Marangon
Fonte: http://revistacrescer.globo.com